Portugal – 2007

Congresso Mundial de Salvamento Aquático
"World Water Safety 2007"
Matosinhos - Portugal -Setembro de 2007

Resultado do Congresso Mundial de Salvamento Aquático em Matosinhos – Portugal – Set 2007.
Destaque para o Brasileiros, com sua mais expressiva participação em um evento internacional desta área, com 12 integrantes na delegação que juntos realizaram 19 das 140 apresentações do congresso abordando principalmente a prevenção em crianças, sendo 2 conferencias em plenário. Um de nossos trabalhos, um desenho animado explicando formas de prevenção em afogamento, recebeu o premio excelência em trabalho.

Aconteceu em Portugal, na cidade de Matosinhos, o Congresso Mundial de Salvamento Aquático, realizado nos dias 27, 28 e 29 de Setembro de 2007. O evento foi organizado pela Associação de Nadadores Salvadores (ASNASA) e pelo Instituto de Socorro aos Náufragos (ISN), sob os auspícios da Federação Internacional de Salvamento Aquático – ILS.

O evento teve inicio meses atrás quando 80 especialistas, de mais de 40 países, submeteram suas “expressões de interesse” em apresentarem suas mais recentes novidades baseados em evidencias científicas. As apresentações foram divididas em conferencias e apresentações oral e pôster e foi a primeira vez que teve este formato científico.

A conferencia foi precedida por um aquecimento nos debates em um processo de estabelecer qual o melhor plano estratégico para a Federação Internacional de Salvamento Aquático, ou seja quais são as maiores prioridades na área. Durante um dia inteiro dividido em 9 mesas com 10 especialistas cada, 90 pessoas determinaram quais as maiores preocupações na área de salvamento aquático de forma que a ILS possa de forma mais efetiva cumprir a sua missão de reduzir o número de afogamentos no mundo.

O Congresso Mundial de Salvamento Aquático ocorre a cada 4 anos e embora seja a terceira edição do gênero, foi sem dúvida a de maior retorno, pois contou com a participação das mais expoentes organizações em saúde e cuidados com crianças, tais como OMS, Unicef, CDC Americana, Cruz Vermelha Internacional, e TASC, além dos mais importantes serviços de salvamento aquático do mundo.

Quarenta e seis países compareceram ao evento cujo o objetivo foi reunir os melhores profissionais da área de salvamento aquático do mundo, promovendo uma grande troca de informações e debates de forma a reduzir o número de mortes e lesões nos ambientes aquáticos por todo o nosso planeta.

Destaque para o Brasileiros, com sua mais expressiva participação em um evento internacional desta área, com 12 integrantes na delegação composta por membros do Rio Grande do Sul (Ten Cel Joel Prates Pedroso – Brigada MIlitar), Santa Catarina (GV Romeu Bruno), São Paulo (Prof Osni Guaiano), Rio de Janeiro (Ten Cel Ricardo Nunes, Maj David Szpilman (Corpo de Bombeiros), Prof Marcelo Barros e Sr Jorge Bilória), Bahia (GV Jorge Cerqueira – Salvamar – Salvador), Pernambuco (Ten Cel Josué e Cap André Ferraz – Corpo de Bombeiros), além do guarda-vidas Luiz Morizot (residente nos EUA) e um representante da nossa querida Petrobrás.
Juntos realizaram 19 das 140 apresentações do congresso abordando principalmente a prevenção em crianças, sendo 2 conferencias em plenário :
The Dolphin Project – Since 1964, the largest drowning prevention project in Brazil – 150.000 children trained – Ricardo dos Santos Nunes (Brazil) – Resumo e apresentação.
International Life Saving Federation ILS: How and what were the impacts on Brazil Lifesaving – David Szpilman (Brazil): Resumo e apresentação.

Um de nossos trabalhos em poster, um desenho animado explicando formas de prevenção em afogamento, recebeu o premio de trabalho de excelência e pode ser visto diretamente clicando aqui.

Foram um total de 140 trabalhos apresentados, que podem ser visualizados por completo ou através de um resumo em programa.

Abaixo descrevemos sumariamente as conclusões mais importantes do evento :

  • Mais de 350.000 pessoas morrem anualmente afogadas no mundo.
  • Mais de 98% dos afogamentos com morte em nosso planeta ocorre em países em desenvolvimento e não estão relacionados a atividades recreativas e sim as atividades do dia-a-dia.
  • As crianças são as maiores vítimas da ineficácia de políticas de prevenção em países em desenvolvimento, onde a morte por afogamento na faixa de 1 a 14 anos aparece como primeira causa, desbancando pneumonias e acidentes de transito.
  • Prevenção em afogamento foi o tema mais abordado por todos os palestrantes, corroborando a opinião de todos os experts no assunto.
  • As crianças são a prioridade número UM nos objetivos da ILS, e os programas de prevenção constituem-se no instrumento mais eficaz neste sentido.
    Criança perto de água indica necessidade de supervisão de um adulto em 100% do tempo, e esta é a forma mais efetiva de evitar o afogamento. Esta assertiva, no entanto esta fora da realidade em casos onde a pobreza impera, onde a mãe se dedica as suas atividades do lar, expondo crianças ao afogamento. A solução criada em locais como Bangladesh, foram as creches coletivas.
  • Neste congresso, começou-se a estabelecer uma correlação cientificamente significativa (baseado em evidencias) de que programas de prevenção em afogamento em crianças podem reduzir o número de fatalidades. Embora a ferramenta ideal não esteja ainda estabelecida, algumas propostas interessantes foram iniciadas e prometem uma revolução nesta ciência.
  • Embora a mensagem “aprenda a nadar e não se afogue” tenha uma mensagem positiva para a redução do número de óbitos, ela não é o instrumento adequado a todos os países, haja visto as dificuldades em se realizar programas deste tipo em larga escala, principalmente em países em desenvolvimento.
  • Não existem soluções padronizadas para enfrentar o afogamento, já que o problema é heterogêneo e varia de um país a outro, sendo mais relevante dentre aqueles de geografia continental, como China, Índia, Brasil e outros.
  • Existe uma grande necessidade de estabelecer uma linguagem universal e definir termos como desastres aquáticos e outros para que possamos comparar um mesmo aspecto de diferentes questões em afogamento.
  • Um grande despreparo em levantar a situação afogamento foi constatada, ao elaborar pela primeira vez um trabalho pela ILS, sobre mortes por afogamento. Dos 46 países filiados apenas 17 países possuíam dados estatísticos sobre número de óbitos em afogamento. Nenhum país sabe ao certo quantos salvamentos são realizados e as previsões variam de 3 a 200 salvamento para cada óbito.
  • A OMS, Unicef, CDC Americano, Cruz Vermelha Internacional, e TASC estão desenvolvendo cada um programas de prevenção em afogamento, mas não existe atualmente nenhum link entre estes trabalhos, e isto será uma das metas da ILS.
  • Os desastres aquáticos tais como os “Tsunamis” representam menos de 5% dos óbitos no mundo e embora extremamente impactantes por sua forma súbita e catastrófica não podem sobrepujar a morte diária e endêmica que ocorrem nos países em desenvolvimento, alguns com mais de 100 óbitos por 100.000 habitantes/ano.
  • A formação de guarda-vidas, profissional pró-ativo, deve abranger o segmento prevenção em todos os aspectos primários, secundários e terciários, em vista de qualificar um profissional que lida com saúde.
  • O desporto salvamento aquático é a forma mais fácil de levantar recursos para combater o problema afogamento, já que existem incentivos governamentais e interesses de organizações bem estruturadas nos esportes, até em países em desenvolvimento.
  • Sinalizações em áreas aquáticas devem ser padronizadas para uso internacional de forma que permita ao turista compreendê-las ao viajar, evitando o afogamento.
  • O aquecimento global, se não revertido nos próximos anos, levará ao aumento do número de casos de afogamento, na medida que ocorra uma elevação do nível dos oceanos.
    Hotéis devem prover segurança aquática em piscinas ou praias para que sejam classificados como 5 estrelas.
  • Que o Brasil conseguiu uma redução de 30% na mortalidade por afogamento de 1987 a 2003 e que as duas mais importantes intervenções que deram resultado a este sucesso foram os Corpos de Bombeiros com seus guarda-vidas e a divulgação do conhecimento e dos projetos de prevenção realizada por intermédio da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático por todo Brasil?
  • Na área médica especificamente, constatou-se que :
    – Importância além da devida tem-se dado a necessidade de imobilizar a coluna cervical em casos de afogamento, com prejuízo a condutas mais prioritárias como a ventilação.
    Embora as novas recomendações de 2005 fortaleçam os casos de PCR de origem cardíaca, com a nova proposta de 2 ventilações para 30 compressões, as crianças e afogamentos deverão receber prioritariamente ventilação com uma relação de 2 ventilações e 15 compressões cardíaca externa.
    – O caminho para reduzir afogamentos entre as pessoas com necessidades especiais e epilepsia não é a restrição a natação mas a sua pratica com supervisão continua.
    – O óculos escuros com proteção UVA e UVB e o uso de protetor solar é fundamental no trabalho do guarda-vidas.
    – A ventilação dentro da água em paciente inconsciente é uma prioridade e só não deve ser realizada em casos onde a segurança do socorrista esta em jogo.

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Congresso Mundial de Salvamento Aquático

“World Water Safety 2007”

Matosinhos – Portugal – Setembro de 2007

    Resultado do Congresso Mundial de Salvamento Aquático em Matosinhos – Portugal – Set 2007. Destaque para o Brasileiros, com sua mais expressiva participação em um evento internacional desta área, com 12 integrantes na delegação que juntos realizaram 19 das 140 apresentações do congresso abordando principalmente a prevenção em crianças, sendo 2 conferencias em plenário. Um de nossos trabalhos, um desenho animado explicando formas de prevenção em afogamento, recebeu o premio excelência em trabalho.   Aconteceu em Portugal, na cidade de Matosinhos, o Congresso Mundial de Salvamento Aquático, realizado nos dias 27, 28 e 29 de Setembro de 2007. O evento foi organizado pela Associação de Nadadores Salvadores (ASNASA) e pelo Instituto de Socorro aos Náufragos (ISN), sob os auspícios da Federação Internacional de Salvamento Aquático – ILS. O evento teve inicio meses atrás quando 80 especialistas, de mais de 40 países, submeteram suas “expressões de interesse” em apresentarem suas mais recentes novidades baseados em evidencias científicas. As apresentações foram divididas em conferencias e apresentações oral e pôster e foi a primeira vez que teve este formato científico. A conferencia foi precedida por um aquecimento nos debates em um processo de estabelecer qual o melhor plano estratégico para a Federação Internacional de Salvamento Aquático, ou seja quais são as maiores prioridades na área. Durante um dia inteiro dividido em 9 mesas com 10 especialistas cada, 90 pessoas determinaram quais as maiores preocupações na área de salvamento aquático de forma que a ILS possa de forma mais efetiva cumprir a sua missão de reduzir o número de afogamentos no mundo. O Congresso Mundial de Salvamento Aquático ocorre a cada 4 anos e embora seja a terceira edição do gênero, foi sem dúvida a de maior retorno, pois contou com a participação das mais expoentes organizações em saúde e cuidados com crianças, tais como OMS, Unicef, CDC Americana, Cruz Vermelha Internacional, e TASC, além dos mais importantes serviços de salvamento aquático do mundo. Quarenta e seis países compareceram ao evento cujo o objetivo foi reunir os melhores profissionais da área de salvamento aquático do mundo, promovendo uma grande troca de informações e debates de forma a reduzir o número de mortes e lesões nos ambientes aquáticos por todo o nosso planeta. Destaque para o Brasileiros, com sua mais expressiva participação em um evento internacional desta área, com 12 integrantes na delegação composta por membros do Rio Grande do Sul (Ten Cel Joel Prates Pedroso – Brigada MIlitar), Santa Catarina (GV Romeu Bruno), São Paulo (Prof Osni Guaiano), Rio de Janeiro (Ten Cel Ricardo Nunes, Maj David Szpilman (Corpo de Bombeiros), Prof Marcelo Barros e Sr Jorge Bilória), Bahia (GV Jorge Cerqueira – Salvamar – Salvador), Pernambuco (Ten Cel Josué e Cap André Ferraz – Corpo de Bombeiros), além do guarda-vidas Luiz Morizot (residente nos EUA) e um representante da nossa querida Petrobrás. Juntos realizaram 19 das 140 apresentações do congresso abordando principalmente a prevenção em crianças, sendo 2 conferencias em plenário : The Dolphin Project – Since 1964, the largest drowning prevention project in Brazil – 150.000 children trained – Ricardo dos Santos Nunes (Brazil) – Resumo e apresentação. International Life Saving Federation ILS: How and what were the impacts on Brazil Lifesaving – David Szpilman (Brazil): Resumo e apresentação. Um de nossos trabalhos em poster, um desenho animado explicando formas de prevenção em afogamento, recebeu o premio de trabalho de excelência e pode ser visto diretamente clicando aqui. Foram um total de 140 trabalhos apresentados, que podem ser visualizados por completo ou através de um resumo em programa. Abaixo descrevemos sumariamente as conclusões mais importantes do evento : • Mais de 350.000 pessoas morrem anualmente afogadas no mundo. • Mais de 98% dos afogamentos com morte em nosso planeta ocorre em países em desenvolvimento e não estão relacionados a atividades recreativas e sim as atividades do dia-a-dia. • As crianças são as maiores vítimas da ineficácia de políticas de prevenção em países em desenvolvimento, onde a morte por afogamento na faixa de 1 a 14 anos aparece como primeira causa, desbancando pneumonias e acidentes de transito. • Prevenção em afogamento foi o tema mais abordado por todos os palestrantes, corroborando a opinião de todos os experts no assunto. • As crianças são a prioridade número UM nos objetivos da ILS, e os programas de prevenção constituem-se no instrumento mais eficaz neste sentido. Criança perto de água indica necessidade de supervisão de um adulto em 100% do tempo, e esta é a forma mais efetiva de evitar o afogamento. Esta assertiva, no entanto esta fora da realidade em casos onde a pobreza impera, onde a mãe se dedica as suas atividades do lar, expondo crianças ao afogamento. A solução criada em locais como Bangladesh, foram as creches coletivas. • Neste congresso, começou-se a estabelecer uma correlação cientificamente significativa (baseado em evidencias) de que programas de prevenção em afogamento em crianças podem reduzir o número de fatalidades. Embora a ferramenta ideal não esteja ainda estabelecida, algumas propostas interessantes foram iniciadas e prometem uma revolução nesta ciência. • Embora a mensagem “aprenda a nadar e não se afogue” tenha uma mensagem positiva para a redução do número de óbitos, ela não é o instrumento adequado a todos os países, haja visto as dificuldades em se realizar programas deste tipo em larga escala, principalmente em países em desenvolvimento. • Não existem soluções padronizadas para enfrentar o afogamento, já que o problema é heterogêneo e varia de um país a outro, sendo mais relevante dentre aqueles de geografia continental, como China, Índia, Brasil e outros. • Existe uma grande necessidade de estabelecer uma linguagem universal e definir termos como desastres aquáticos e outros para que possamos comparar um mesmo aspecto de diferentes questões em afogamento. • Um grande despreparo em levantar a situação afogamento foi constatada, ao elaborar pela primeira vez um trabalho pela ILS, sobre mortes por afogamento. Dos 46 países filiados apenas 17 países possuíam dados estatísticos sobre número de óbitos em afogamento. Nenhum país sabe ao certo quantos salvamentos são realizados e as previsões variam de 3 a 200 salvamento para cada óbito. • A OMS, Unicef, CDC Americano, Cruz Vermelha Internacional, e TASC estão desenvolvendo cada um programas de prevenção em afogamento, mas não existe atualmente nenhum link entre estes trabalhos, e isto será uma das metas da ILS. • Os desastres aquáticos tais como os “Tsunamis” representam menos de 5% dos óbitos no mundo e embora extremamente impactantes por sua forma súbita e catastrófica não podem sobrepujar a morte diária e endêmica que ocorrem nos países em desenvolvimento, alguns com mais de 100 óbitos por 100.000 habitantes/ano. • A formação de guarda-vidas, profissional pró-ativo, deve abranger o segmento prevenção em todos os aspectos primários, secundários e terciários, em vista de qualificar um profissional que lida com saúde. • O desporto salvamento aquático é a forma mais fácil de levantar recursos para combater o problema afogamento, já que existem incentivos governamentais e interesses de organizações bem estruturadas nos esportes, até em países em desenvolvimento. • Sinalizações em áreas aquáticas devem ser padronizadas para uso internacional de forma que permita ao turista compreendê-las ao viajar, evitando o afogamento. • O aquecimento global, se não revertido nos próximos anos, levará ao aumento do número de casos de afogamento, na medida que ocorra uma elevação do nível dos oceanos. Hotéis devem prover segurança aquática em piscinas ou praias para que sejam classificados como 5 estrelas. • Que o Brasil conseguiu uma redução de 30% na mortalidade por afogamento de 1987 a 2003 e que as duas mais importantes intervenções que deram resultado a este sucesso foram os Corpos de Bombeiros com seus guarda-vidas e a divulgação do conhecimento e dos projetos de prevenção realizada por intermédio da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático por todo Brasil? • Na área médica especificamente, constatou-se que : – Importância além da devida tem-se dado a necessidade de imobilizar a coluna cervical em casos de afogamento, com prejuízo a condutas mais prioritárias como a ventilação. Embora as novas recomendações de 2005 fortaleçam os casos de PCR de origem cardíaca, com a nova proposta de 2 ventilações para 30 compressões, as crianças e afogamentos deverão receber prioritariamente ventilação com uma relação de 2 ventilações e 15 compressões cardíaca externa. – O caminho para reduzir afogamentos entre as pessoas com necessidades especiais e epilepsia não é a restrição a natação mas a sua pratica com supervisão continua. – O óculos escuros com proteção UVA e UVB e o uso de protetor solar é fundamental no trabalho do guarda-vidas. – A ventilação dentro da água em paciente inconsciente é uma prioridade e só não deve ser realizada em casos onde a segurança do socorrista esta em jogo. NÃO DEIXE DE LER OS TRABALHOS DISPONÍVEIS – Clique aqui